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Segundo dados de 2014 da CPTM, 3.094.756 passageiros são transportados nas seis linhas que integram o sistema de trilhos da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos. Amontoados de passageiros apressados rumando a seus empregos, baladas, faculdades ou escolas. Em meio a essa rotina caótica, uma figura controversa se destaca, o marreteiro.


Muitos desses vendedores ilegais são oriundos da crise econômica e refletem o aumento do desemprego, que chegou a 13,2%, segundo dados do IBGE. Diversos passageiros não simpatizam com a figura do ambulante, pois a procedência e qualidade duvidosa de seus produtos dão margem à desconfiança.

 

Observando isso, a CPTM disponibiliza um serviço de SMS, para que os usuários denunciem o comércio irregular. O que antes eram 2.635 queixas sobre atuação de ambulantes, subiu para 7.160 em 2016. um aumento de 170%. O número de apreensões também cresceu cerca de 45%, indo de 26.464 em 2015, para 38.447 no ano passado. "O comércio ambulante, prejudica na medida em que não paga aluguel e não paga impostos. Isso dá condições para que o ambulante venda suas mercadorias por um preço menor. É uma competição desigual comparado ao mercado regular", afirmou Marcel Solimeo, economista da Associação Comercial.

 

Mas os marreteiros mostram que a vida em meio à crise não é fácil. “É impossível o mercado formal absorver todo mundo, num país como o Brasil, então eu entendo. Apesar de ser ilegal, é uma forma honesta de ganhar dinheiro. Eles não estão roubando, não estão matando, eles só estão desesperados”, disse Leon Ribeiro, estudante de 19 anos e usuário da CPTM.

    

Outro elemento que compõe o universo dos trilhos são os seguranças e policiais federais das estações. Todos os abordados por nossa equipe não se sentiram confortáveis em conceder entrevista. No entanto, em conversas informais, alegaram vivenciar casos constantes de violência e ameaças por parte dos ambulantes.  “Já tiveram colegas que saíram do expediente e tinham 10 caras esperando para bater neles”, denunciou um funcionário da CPTM que não quis se identificar.

Entre os dados oficiais e o cotidiano de quem sobrevive com a venda ilegal nos trens

© 2017 por @artmiceli. Orgulhosamente criado com Wix.com

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